quarta-feira, 30 de setembro de 2009

take a chance and dont u forget me

eu desejei ser nada naquele momento. senti o vento fraco e úmido bater nos meus cabelos. há quanto tempo eu não sentia sensação de liberdade? a blusa branca leve se juntava aos meus cabelos na direção do vento. olhei uma onda quebrar perto dos meus pés. talvez meu coração fosse uma onda. talvez o coração de TODOS fosse uma onda. tivessem sido feitos para serem quebrados. eles nascem, e vêm forte. passam por alguns metros, mas no final, têm que cair. mas tem um lado bom. outra onda nasce. outra onda mais forte. que pode demorar mais para se quebrar. senti minhas pernas fraquejarem. me sentei na areia e abracei minhas pernas, jogando meus chinelos para o lado. o vento bateu de novo. mais forte. e as ondas continuaram a se formar no fundo do oceano. isso me trouxe um sorriso. porque talvez, meu coração não fosse como uma onda. talvez o coração de todo mundo seja como o mar. ele tá lá, imenso. e por mais que as coisas acabem nele, a gente sabe que tudo vai começar de novo.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

i'm sittin' here tryin' to entertain myself with this old guitar

ficar lendo e relendo as coisas do meu celular só pioraria a situação. peguei meu velho violão preto, que por vez ou outra me trouxe um pouco de paz. apoiei meu caderno d’A Bela e a Fera nele e escrevi alguma coisa que eu sentia. mesmo que não fosse ótima, eu tinha uma música. tentei colocar algumas cifras por cima das letras, mas eu não passei da terceira. talvez porque esse número tivesse tantos significados pra mim. talvez porque o meu cérebro teria bloqueado qualquer coisa que se referisse a qualquer tipo de dor. a qualquer coisa que lembrasse o nome que tanto me fez sofrer. é, eu tinha falhado nessa. mais nessa. mais uma vez. me entreguei tão imensamente, de um jeito que eu não podia, e... deu errado. como sempre. me deitei com o violão em cima da minha barriga. os pecados que tinha cometido não eram os capitais. mas eram os piores pra mim. amar. esse tinha sido o primeiro. me virei de bruços e reli as páginas escritas e umedecida pelas lágrimas. peguei meu celular. li as palavras que me fizeram chorar mais uma vez. e mesmo que não fosse o pecado capital, era o pior. chorar. chorar depois de amar.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

hey moon, please forget to fall down

tomei fôlego e encarei a lua, que costumava me dar alguma esperança. não sabia pra que serviria o fôlego, sendo que tudo que me restava pra fazer era desmoronar. foi isso que eu fiz, sem me importar muito com quem estava passando na rua. me joguei sobre os meus pés e joguei minha cabeça sobre meu ombro direito. tudo que vinha à minha cabeça era seu nome. o nome que pulsava em meu subconsciente e fazia com que todo primeiro segundo de um dia fosse com lágrimas. o nome que fazia dos meus dias os melhores e das minhas noites, as mais miseráveis. o nome que machucava quando vinha à mente, e que aliviava qualquer dor – menos a que ele causava. o nome que tanto me fez sorrir, tanto me fez chorar. tanto me fez implorar. um vento leve bateu, fazendo com que minha pele se arrepiasse. encolhi minhas pernas e abracei-as, tentando fazer com que cada pedaço do meu corpo ficasse junto. o nome que era como a cola que me manteve junta por tanto tempo. e que agora parecia que não tinha seu poder mais. tentei me manter inteira por mais alguns segundos. arriscar tudo o que você tem é complicado. principalmente quando tudo que você tem é o resto dos seus sentimentos. uma lágrima caiu insistente. eu deixei ela rolar até chegar no meu pescoço. me abracei mais forte, como se a qualquer momento, não ia sobrar nada de mim, já que minha sanidade tinha se esvaído como um floco de espuma no vento. abri os olhos de novo e limpei as lágrimas guardadas pelas minhas pálpebras. me levantei e encarei a lua. que agora estava eclipsada pelas nuvens, duras como o que tinha restado do meu coração.